A historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, da Universidade de São Paulo, lançará em 26 de março no Rio de Janeiro o livro "Os Dez Mitos sobre os Judeus'', em que analisa os mitos mais populares sobre os judeus e que contribuem para a persistência do antissemitismo. (...)
“O livro vem para desvendar não só a imagem (dos judeus), mas também como acontece a manipulação da mentira, a compreensão da verdade nos mundos atuais. E quando eu digo mundos atuais, refiro-me às múltiplas possibilidades de especulação dessa informação ou de outra que venha perturbar a realidade histórica. Como este livro trabalha os dez mitos, ele possibilita uma leitura em doses homeopáticas, de trás para a frente, que traz uma reflexão sobre o crescente antissemitismo. Ele busca suas raízes, questiona o seu discurso e como vem sendo aplicado, diante do conflito no Oriente Médio e diante de todo judeu”, disse Tucci Carneiro em entrevista à Conib.
Publicado pela Ateliê Editorial, com o apoio da CONIB, o livro é composto por textos breves, independentes, sem ordem obrigatória de leitura. Estes são os mitos abordados:
Mito 1: Os judeus mataram Cristo;
Mito 2: Os judeus são uma entidade secreta;
Mito 3: Os judeus dominam a economia mundial;
Mito 4: Não existem judeus pobres;
Mito 5: Os judeus são avarentos;
Mito 6: Os judeus não têm pátria;
Mito 7: Os judeus são racistas;
Mito 8: Os judeus são parasitas;
Mito 9: Os judeus controlam a mídia;
Mito 10: Os judeus manipulam os Estados Unidos.
O antropólogo Kabengele Munanga escreve no prefácio “São mitos construídos para reificar e atualizar os sentimentos de discriminação, hostilidade e ódio que remontam à noite dos tempos. O que está por trás desses mitos não é a intenção de se aproveitar deles para contar a história dos horrores ou para pedir penitência pelo ocorrido no processo de construção do judaísmo e do antissemitismo; pelo contrário. Os mitos retratados pela autora nos transportam ao coração da função política e ideológica dos mesmos”.
“Assim como em outras formas de preconceitos atrasados e medievais, dirigidos a variados grupos étnicos, religiosos ou de outra natureza, o sentimento antijudaico se assenta sobre mitos e sua perpetuação, fenômeno abordado de forma densa e clara neste livro”, afirma na orelha o jornalista Jaime Spitzcovsky.
“Ao procurar refazer a trajetória histórica dessas imputações, com seus efeitos inclusive no Brasil, a pesquisadora disseca a lógica desse monumento à estupidez que é o antissemitismo e presta um bom serviço à razão”, avalia o jornalista Marcos Guterman.
Estudiosa de diversas minorias sob o viés da intolerância e dos direitos humanos, a autora pretende escrever outras obras para análise dos mitos sobre grupos como ciganos, negros, indígenas, homossexuais.
Fonte do Texto e da Gravura:
Boletim Conib
boletim@conib.org.br
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