quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O PASSADO E O FUTURO DO PT (Uma aula de história!)

O PT nasceu de cesariana, há 29 anos (quando foi escrito este artigo). O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.

Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.

Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT... Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery.

Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.

O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.

O PT lançava e elegia candidatos, mas não "dançava conforme a música". Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.

O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto.

Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros.

Tudo muito chique, conforme o figurino.

E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.

A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho, se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plinio de Arruda Sampaio Junior.

Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.

Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto. E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.

Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.

Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas.

Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.

Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República.

Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente.

É o triunfo da pelegada.




Lucia Hippolito

Cientista política, historiadora, consultora, jornalista e conferencista. Comentarista política com atuação destacada no rádio e televisão.





Fonte: http://universobh.wordpress.com/2014/01/17/pt-uma-urgente-aula-de-historia-lucia-hippolito/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 2 de setembro de 2014

A ARTE DA FUGA

Quem leva a sério a opinião política dos artistas? Eu não. Deixei de o fazer com a ruína dos regimes totalitários.

Nas pinturas de Isaak Brodsky (sobre Lênin); nos filmes de Leni Riefenstahl (sobre Hitler); e nas telas de Alessandro Bruschetti (sobre Mussolini), a "arte política" deixou um testamento vergonhoso, que passou pela legitimação –melhor: pela exaltação das virtudes de psicopatas.

Exceções, sempre houve. Mas o casamento entre arte e política normalmente deu maus resultados. A "arte pela arte" não é apenas um bordão do século 19. É um conselho prudente para quem tem pretensões de se dedicar a ela.

Por isso ri alto com a carta aberta que 55 artistas enviaram à Fundação Bienal de São Paulo.

Ponto prévio: nenhuma pessoa adulta escreve cartas abertas em manada; quando falamos de artistas, ou pretensos artistas, a coisa ainda soa pior. Ou a arte vive da autonomia individual, ou não vive. Só covardes assinam em manada.

Mas os 55 revoltaram-se com o apoio financeiro que Israel concedeu à Bienal. Não querem dinheiro judeu porque acreditam que esse dinheiro, depois da guerra em Gaza, conspurca as suas integridades estéticas.

Se o dinheiro fosse da Autoridade Palestina, ou até do Hamas, talvez a conversa fosse outra. Não é. É de Israel.

Não vou regressar ao conflito entre Israel e o Hamas, que vive agora a sua trégua clássica antes do próximo confronto. Enquanto o mundo não entender direito a natureza islamita e jihadista do Hamas, não vale a pena gastar latim com o assunto.

Mas talvez não seja inútil fazer uma pergunta meramente teórica: de que vive a arte, afinal?

Arrisco uma resposta: a arte vive da liberdade. Um clichê sem grande importância?

Errado. Parafraseando Saul Bellow, eu gostaria de conhecer o Balzac dos zulus. Não conheço. Se Nova York, Londres ou Berlim são centros de excelência estética, isso deve-se à estabilidade política e à riqueza material de tais cidades.

E mesmo que a arte seja "engajada", o que já me parece uma corruptela da sua vocação, convém que o "engajamento" seja direcionado para os alvos certos.

Os 55 artistas da Bienal falham nos dois planos.

Começando pela liberdade, basta consultar os rankings da ONG Freedom House para 2014. Não vou cansar o leitor com números e mais números. Resumindo, digo apenas: Israel é o único país do Oriente Médio e do norte de África considerado "livre". O resto oscila entre "parcialmente livres" (Tunísia, Líbia, Kuait) e "não livres" (Iraque, Irã, Arábia Saudita).

E, para ficarmos na vizinhança de Israel, é a desgraça: Jordânia, Egito ou Síria continuam antros de repressão. Os 55 artistas, que deveriam defender a liberdade de expressão como quem defende o oxigênio, assinam uma carta contra o único país que respeita essa liberdade em todo o Oriente Médio.

E sobre os direitos humanos? Fato: Israel merece várias linhas de condenação nos relatórios anuais da Human Rights Watch, outra ONG independente. Mas nada que se compare ao comportamento dos mesmos países do Oriente Médio, para não falar da vizinhança em volta.

Um bom indicador do respeito pelos direitos humanos está no tema clássico da pena de morte. Israel aboliu-a para crimes civis. Do Egito à Jordânia, do Líbano à Autoridade Palestina, a execução judicial continua a verificar-se.

Digo "judicial" porque o Hamas, todos o sabemos, prefere fazer as coisas de forma "extrajudicial", fuzilando traidores no meio da rua.

De resto, será preciso dissertar sobre a diferença entre os "direitos" das mulheres ou dos homossexuais em Israel e nos países em volta? Será preciso recordar o histórico de amputações de membros e lapidações de adúlteras que existe por aquelas bandas?

E será preciso acrescentar alguma coisa à selvageria do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que pelo visto não incomoda os 55 artistas da Bienal de São Paulo?

Criticar Israel é legítimo. Nenhum governo está acima da crítica. Transformar Israel em pária internacional é uma forma de cegueira antissemita.

Eu só respeitarei a "coragem" dos 55 artistas no dia em que eles viajarem para Bagdá, Riad ou Gaza e escreverem uma carta contra os governos locais. Em defesa da liberdade e dos "direitos humanos".

Isso, claro, se ainda tiverem mãos para escrever.




JOÃO PEREIRA COUTINHO (*)


(*) Escritor português, é doutor em Ciência Política. É colunista do 'Correio da Manhã', o maior diário português. Reuniu seus artigos para o Brasil no livro 'Avenida Paulista' (Record) e é também autor do ensaio 'As Ideias Conservadoras Explicadas a Revolucionários e Reacionários' (3 Estrelas). Escreve às terças na versão impressa e a cada duas semanas, às segundas, no site.



Fonte: Folha de S. Paulo
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2014/09/1509107-a-arte-da-fuga.shtml

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

IGNORÂNCIA PODE TER CURA

“O conflito palestino-israelense terminou desde o momento em que Israel aceitou o estabelecimento de um Estado palestino. O que existe agora é um conflito entre o terrorismo e o antiterrorismo.” (Shimon Peres)


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Como já disse o escritor Umberto Eco, “Nem todas as verdades são para todos os ouvidos”. No caso de extremistas, que só escutam a própria voz, a verdade é sempre assassinada, sobretudo por aqueles qualificados com o prefixo “anti” antes das palavras sionista, judaico e semita. Mas há situações em que se trata apenas de um típico pseudo-especialista: aquele que conclui, sem se aprofundar, e compartilha, sem raciocinar. Que se serve do “politicamente correto”, ora para agradar, ora para justificar. Que, por ter se tornado um momentâneo replicador de bobagens, não percebe que passou a ser leviano e inconsequente. Não importa se ele se autodenomina de esquerda, de direita, de centro ou não é nada. Dependendo do diagnóstico, e da boa vontade, esta ignorância pode ter cura. O importante é que ele tenha a mínima capacidade para, simplesmente, exercer o pensamento lógico. Então vamos lá:

Israel tem mais o que fazer do que participar de um confronto militar! O país possui a 22ª mais alta renda per capita do mundo, à frente da média da União Europeia; é o terceiro país com mais empresas listadas na Nasdaq, a bolsa de empresas de tecnologia, atrás apenas dos EUA e da China; possui a Teva, a maior empresa do mundo no segmento de medicamentos genéricos; se orgulha de ocupar a terceira posição entre os países que mais publicam artigos científicos/per capita; é destaque em número de patentes/per capita e, esta semana, jovens israelenses acabaram de conquistar a “Olimpíada Mundial de Matemática”. Por outro lado, de acordo com o jornal israelense Yedioth Ahronoth, nos últimos 30 dias a operação em Gaza provocou uma queda de 1,2% no PIB do país. Serão cerca de R$ 3,5 bilhões de prejuízo aos cofres públicos israelenses, sem contar os pesados investimentos na indústria bélica. Em Ashdod, Ashkelon e Sderot, as vendas chegaram a cair 70%. Em Tel Aviv, um terço. Será de US$ 1 bilhão a redução do valor arrecadado com o turismo. Ah, e o que dizer do fortíssimo recrudescimento do antissemitismo no mundo? E das lamentáveis mortes que já ocorreram? São tragédias irrecuperáveis! Então... para que Israel precisa de um conflito deste tipo???

Será que o governo Netanyahu está esperando um ganho político? Seria ingênuo acreditar que uma população bombardeada, que precisa correr a todo instante para abrigos antiaéreos, e que tem seus filhos na frente de batalha, estaria plenamente satisfeita, pensando exclusivamente em eleições. É evidente que cerca de 80% dos cidadãos israelenses só aprovam a operação militar porque não vislumbram outra alternativa. E isto não quer dizer que obrigatoriamente admirem o governo, mas sim que consideram esta operação militar um mal necessário para a sobrevivência - sua e do país. É como disse Golda Meir: “Se os palestinos abaixarem as armas, haverá paz. Se os israelenses abaixarem as armas, não haverá mais Israel". Com certeza, não serei nem eu, nem você, leitor, quem irá encontrar a solução mágica para resolver os problemas políticos, ideológicos, religiosos, territoriais e de recursos naturais daquele exíguo pedaço de terra...

Convém lembrar que, historicamente, Israel nunca iniciou uma guerra, assim como também nunca desrespeitou um cessar-fogo. No conflito atual, a autodefesa foi a única opção encontrada para evitar a morte de seus cidadãos. Por quantos anos Israel deveria ser atacado incessantemente por foguetes sem se manifestar? Quantos estudantes judeus teriam que ser sequestrados e brutalmente assassinados até Israel obter o legítimo direito da opinião pública para revidar? Quantos atentados a pizzarias ou a shoppings teria que aguentar para o contra-ataque ser justo? Vamos lembrar que, em novembro de 1947, a ONU decidiu pela “Partilha da Palestina”. Poucos meses depois, Israel declarou independência e, imediatamente, cinco nações árabes (Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque) invadiram o recém-criado país, em desrespeito flagrante à Resolução nº 181 da ONU. E o que aconteceu? Israel foi deixado à própria sorte pela comunidade internacional. Mas mesmo assim venceu a batalha. Em 1967, idem. Em 1973, em pleno Yom Kipur, idem. Na época, nem o "dia do perdão" foi respeitado, assim como hoje a cidade sagrada de Jerusalém é alvo de mísseis descontrolados. Os ganhos territoriais de Israel não vieram como consequência de uma iniciativa do país em atacar os árabes. Pelo contrário, foram resultado de ter sido invadido por eles, de forma covarde, insistente e desproporcional. E, mesmo assim, o país tenta dar a terra de volta em troca da paz, como fez com os egípcios, quando devolveu a Península do Sinai – que é maior do que o próprio território israelense –, e, da mesma forma, entregou a Faixa de Gaza aos palestinos. E o que recebeu em troca? Milhares de foguetes foram disparados a esmo contra a sua população civil... Volto a perguntar: para que Israel precisa de um conflito deste tipo??? Israel tem mais o que fazer do que participar de um confronto militar!

Por sua vez, o Hamas, enfraquecido internamente, fragilizado em termos regionais e dependente financeiramente do Qatar, tem grande interesse em se reerguer do pó. Em seu mais recente estudo/julho 2014, "Apreensões acerca do crescimento do extremismo islâmico no Oriente Médio", o Centro de Pesquisa do Pew Charitable Trusts analisou a opinião de 15 mil entrevistados, em 14 países, e concluiu que os palestinos são o povo mais radicalizado do Oriente Médio, quem sabe até do mundo, disposto a jogar tudo para o alto e se engajar em atividades lunáticas. Sobre a pergunta "Opinião dos palestinos sobre o Hamas", o resultado foi: em 2007, 62% favoráveis e 33% contrários; hoje: 35% e 53%, respectivamente. E, indagados sobre o islamismo em geral, uma maioria significativa (79%) se mostrou contrária. Porém, não são apenas os palestinos que criticam o Hamas. Veja a opinião do rei da Arábia Saudita, Abdullah Ibn Abdilaziz: “É um absurdo e uma desgraça o que estes terroristas estão fazendo em nome da nossa religião. Eles distorcem a imagem do Islã e trazem somente morte e destruição aos civis dos dois lados”. No entanto, para o Hamas, é imprescindível comprovar a todo custo que ele é o único grupo capaz de enfrentar o “eterno” inimigo israelense – e o mais bem preparado para exterminá-lo. Não é suficiente que demonstre esta intenção apenas na retórica; é preciso provocar e criar espaço na mídia para obter simpatia junto à opinião pública. Preste bem atenção ao que está escrito no estatuto do grupo: “A hora do julgamento não chegará até que os muçulmanos combatam os judeus e terminem por matá-los. E, mesmo que os judeus se abriguem por detrás de árvores e pedras, cada árvore e cada pedra gritará: ‘Oh! Muçulmanos, Oh! Servos de Alá, há um judeu por detrás de mim, venham e matem-o”. Em virtude deste compromisso público e formal, Israel passou a realizar um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo para impedir que armas e matérias-primas cheguem aos membros do Hamas de forma contrabandeada. Como a Autoridade Palestina não tem o objetivo declarado de aniquilar Israel, não existe restrição semelhante na Cisjordânia.

Agora analise os objetivos do Hamas na visão de Mosab Hassan Yousef, filho de um dos fundadores do grupo: “O Hamas não é um partido político; nem sequer uma organização palestina. Ele sequestrou o que é chamado de 'causa palestina' e se infiltrou na sociedade para impor sua agenda político-ideológica. Eu gostaria de lembrar ao povo palestino o que o Hamas fez com o partido rival deles, o Fatah, em Gaza, quando o Hamas assumiu o controle alguns anos atrás: eles mataram os membros do Fatah do mesmo modo como estão matando soldados israelenses hoje. O Hamas não se importa com as vidas dos palestinos. Não pense por um segundo, por favor, que o Hamas se importa com o sangue das crianças. Eles querem que as crianças de Gaza morram. Isto é o que dá a eles a simpatia do mundo árabe e islâmico; e isto é o que condena Israel internacionalmente. Este é o jogo deles, e eles estão felizes com isso. Israel faz a eles o maior favor de lutar contra essa organização terrorista”. Certamente, o bem-estar da população de Gaza está longe de ser a prioridade da liderança do Hamas, que entende o povo como instrumento para alcançar seus objetivos: dizimar os judeus, criar um estado teocrático e enriquecer pessoalmente através da corrupção. Cada um dos 32 túneis destruídos por Israel custou cerca de US$ 3 milhões, demandou milhares de homens-horas e utilizou muitas toneladas de concreto. Se o Hamas tivesse o mínimo de preocupação social, usaria pelo menos parte deste dinheiro para construir escolas e hospitais para a população - em grande parte vivendo abaixo da linha da pobreza e com um índice de desemprego de 40%. Talvez por isto a última pesquisa de opinião feita com moradores de Gaza, antes do conflito, tenha detectado que 73% deles apoiam um entendimento pacífico com Israel. No entanto, para o Hamas, não tem conversa: a culpa é (e sempre será) do “inimigo sionista”! Para reforçar esta teoria, e tentar se manter de forma implacável no poder, o desesperado grupo não encontrou outro recurso a não ser provocar o conflito. A pergunta que não quer calar é: o que organizações terroristas como o Hamas, o Al Qaeda, o ISIS, o Hezbollah o Jihad Islâmico, entre outras, fizeram até hoje em benefício de seu povo ou da humanidade?

O ex-“Prêmio Nobel” israelense, Shimon Peres, definiu bem: “O conflito palestino-israelense terminou desde o momento em que Israel aceitou o estabelecimento de um Estado palestino. O que existe agora é um conflito entre o terrorismo e o antiterrorismo”. Caro leitor: os terroristas usam imensa criatividade para justificar os ataques a Israel. Amanhã, toda esta imaginação pode ter outro alvo: você! Cito as palavras de Martin Niemöller: “Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse".






Artigo de Mauro Wainstock
Jornalista e palestrante
mauro@mwcomunicacaoempresarial.com.br





Fonte: www.mwcomunicacaoempresarial.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

ESCOLAS DE VALÊNCIA (ESPANHA) ECONOMIZAM US$ 50.000,00 USANDO SOFTWARE LIVRE

Não é a primeira organização que mostra os benefícios de fazer a migração de software proprietário para software livre. Mais e mais as autoridades locais e os governos estão percebendo que há mais baratas e melhores alternativas para o software utilizado, e a distro Linux de Valencia é o exemplo perfeito. Neste caso, as autoridades locais estão usando uma distribuição Linux chamado Lliurex, que se baseia na Edubuntu. 

"O governo da região autônoma de Valência (Espanha) no início deste mês disponibilizou a próxima versão do Lliurex, uma personalização da distribuição Edubuntu. A distro é usado em mais de 110 mil PCs em escolas da região de Valência, economizando cerca de 36 milhões de euros para os últimos nove anos, diz o governo. A distribuição Lliurex é gerenciada por meio do Ministério das Finanças e da Administração Pública. Durante a instalação, os usuários podem escolher entre diversas variantes, adaptadas por exemplo, para uso em casa, nas escolas ou por pequenas e médias empresas ", disse um artigo no site oficial da Comissão Europeia. 

"Uma das novidades é LliureX-Lab, um aplicativo que faz com que seja possível a utilização de vários PCs em sala de aula como uma ajuda para o ensino de línguas. Ele permite que os professores usem multimídia e elementos interativos. Os professores também podem compartilhar seus desktops com os alunos, e criar videoconferências em grupo, ajudando a avaliar o trabalho dos alunos."

A região autônoma espanhola de Valência é também um grande fã do LibreOffice. Essa suíte de escritório está sendo usado em 120 mil PCs da mesa de administração, incluindo escolas e outras entidades. A adoção generalizada do LibreOffice vai ajudar o governo a economizar um adicional de € 1.500.000.





Emanuel Negromonte





Fonte do Texto e da Gravura: 
Portal Comunitário Sempre Update
http://www.sempreupdate.com.br/2014/08/escolas-de-valencia-espanha-economizam.html

terça-feira, 29 de julho de 2014

CIDADE DE TOULOUSE REMOVE MICROSOFT OFFICE DA RECEITA E USA LIBRE OFFICE E SALVA €1 MILHÃO (R$ 2,60 MILHÕES)

Pelo que notamos não é a primeira vez que um Governo resolve economizar e libertar seus computadores, ainda que parcialmente; acreditamos que é um bom começo. A Microsoft vem perdendo lugar a cada dia com sua suite proprietária e certamente isso esta sendo um problema para a empresa RedMond. Cá para nós, "bem que o Brasil poderia seguir o mesmo exemplo."

A cidade francesa de Toulouse migrou todos os seus desktops para o LibreOffice e salvou €1 milhão (R$ 2,60 milhões de Reais) no processo. 

Mais e mais cidades europeias estão se afastando de soluções proprietárias para software de código aberto, a fim de economizar dinheiro e incentivar as pessoas a usar aplicações gratuitas. Cidades da Alemanha, Itália, Portugal fizeram algumas escolhas muito difíceis e conseguiram adotar várias soluções de código aberto. 

Livrar-se de um software proprietário e instalar um aplicativo gratuito pode parecer bastante simples, mas na verdade existem também alguns custos que precisam ser levados em consideração. Se a cidade de Toulouse estava usando o Microsoft Office, por exemplo, tudo o que tinha que fazer a fim de obter uma nova versão era pagar as atualizações. 

Quando você adota um novo software, você não apenas substitui um programa por outro. Você também precisa treinar as pessoas que estão trabalhando com ele e ensiná-los a tirar proveito de uma outra suíte de escritório, neste caso o LibreOffice. A suíte pode fornecer algumas das funcionalidades básicas, mas se você quer executar algumas tarefas mais complexas, pode não funcionar da mesma maneira como no Microsoft Office. 

"Migração para o LibreOffice é um dos projetos chave na estratégia de TI da cidade. Atualmente milhares de pessoas, em torno de 10.000, que trabalham na cidade de Toulouse usam LibreOffice diariamente. A migração começou em 2012, depois da decisão política, em 2011. A mudança levou um ano e meio, e 90 por cento dos desktops agora executam o LibreOffice ", observa um artigo publicado no site da Comissão Europeia. 

"As licenças de software para suítes de produtividade custam para Toulouse em torno de 1.800.000 € a cada três anos. A migração nos custou cerca de 800.000 euros, em parte devido a algum desenvolvimento. Um milhão de euros foi realmente salvo nos três primeiros anos. É uma prova convincente no contexto real das finanças públicas locais ", também diz Erwane Monthuber, a pessoa responsável com a política de TI de Toulouse. 

As notícias sobre Toulouse adotando o LibreOffice chegou apenas há alguns dias depois de um desenvolvimento muito interessante que teve lugar no Reino Unido, onde o governo optou por adotar o formato ODF (no lugar do DOC) como padrão, que é tratado de forma nativa pelo LibreOffice. 

Este movimento contra os produtos da Microsoft vem se espalhando nos últimos dois anos, especialmente depois de que as autoridades locais decidiram fazer alguns cortes drásticos e salvar fundos. Os departamentos de TI estão entre os primeiros a cumprir e os primeiros efeitos começam a aparecer.






Fonte do Texto e da Gravura: 
Portal Comunitário SempreUpdate
http://www.sempreupdate.com.br/

ANTISSIONISMO É ANTISSEMITISMO

Após o Holocausto, o antigo antissemitismo foi substituído pelo antissionismo. A máscara é nova, mas a alma horrenda é velha conhecida.


O debate sobre o Oriente Médio parece atualmente querer regredir ao pré-1947, quando a ONU decidiu dividir a Palestina em dois países, um árabe e um judeu. Aqui e ali, volta-se a negar o direito à autodeterminação nacional do povo judeu em sua terra ancestral.

A tentativa de demonização do sionismo é apenas isto: a negação do direito de um povo à autodeterminação. Nenhum outro movimento nacional sofreu ou sofre essa campanha contrária avassaladora.

É moda dizer que o sionismo e Israel são entidades coloniais. Nem como piada serve. Os falsificadores da história precisariam explicar por que a URSS votou na ONU em 1947 a favor de um "empreendimento colonial". Votação em que o maior colonizador da época, o Reino Unido, absteve-se. Aliás, a URSS foi o primeiro país a reconhecer Israel.

Nós mesmos somos cidadãos de um país cuja independência foi apoiada pelo Império Britânico. E daí? E daí nada. É comum que nações em busca da autodeterminação explorem as contradições intercolonialistas e interimperialistas.

A divisão de um país em dois aconteceu também em outra descolonização, na mesma época da partilha da Palestina, na joia da coroa britânica, quando Índia e Paquistão viraram dois países. E o critério para a delimitação também foi étnico-demográfico. Incluindo transferências de populações -- que hoje viraram sinônimo de limpeza étnica.

O direito à separação de povos e nacionalidades que não desejam viver juntos foi também assegurado, mais recentemente, no desmembramento da ex-Iugoslávia e na extinção da Tchecoslováquia.

Os argumentos deslegitimadores do sionismo mal disfarçam o preconceito e a discriminação.

Guerras têm vencedores e perdedores. O final da Segunda Guerra Mundial assistiu a dramáticos e trágicos deslocamentos populacionais, consequências de realidades produzidas no campo de batalha.

Um caso bastante conhecido é o palestino. Infelizmente, até hoje os palestinos pagam a dívida que seus líderes de então contraíram, ao aliarem-se à Alemanha nazista. Países árabes também invadiram o nascente Estado judeu logo após sua independência, em 1948.

Outro argumento contra o sionismo é que os judeus não seriam um povo, mas apenas uma religião.

Cada nação deve definir sua identidade. Se judeus definem-se por uma religião (o judaísmo), uma língua (o hebraico) e uma terra (Israel), ninguém tem nada a ver com isso.

Imagine-se o escândalo se Israel mudasse de nome, para "Estado Judeu de Israel". Mas não ouvimos reclamações contra, por exemplo, o "Islâmica" em "República Islâmica do Irã" ou "Árabe" em República Árabe do Egito.

O SIONISMO FOI E É APENAS ISTO: A EXPRESSÃO MODERNA DA AUTODETERMINAÇÃO NACIONAL JUDAICA. E Israel surgiu na descolonização no pós-guerra, beneficiado pelas alianças corretas na vitória sobre o nazismo. Essa é a verdade histórica.

O único caminho para a paz é o reconhecimento das realidades históricas e a divisão em dois países por critérios demográficos. Dois Estados para dois povos.

O antigo antissemitismo saiu de moda após o mundo ter descoberto o Holocausto. Foi substituído por uma nova forma de discriminação: o antissionismo. A máscara é nova, mas a alma horrenda é velha conhecida. Uma verdadeira aberração.






CLAUDIO LOTTENBERG
(presidente da Confederação Israelita do Brasil)





Fonte: Jornal "A Folha de São Paulo"
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/178169-antissionismo-e-antissemitismo.shtml

IGNOMÍNIA

Será que certos setores da esquerda brasileira estariam trilhando também esse caminho da ignomínia?


Todos os recursos do Hamas são canalizados para o treinamento militar.

Certa cobertura jornalística e posicionamentos de determinados governantes, aí incluindo a diplomacia brasileira, deveriam fazer parte de uma história da ignomínia. Versões tomam o lugar de fatos, a ideologia vilipendia a verdade e terroristas são considerados como vítimas inocentes.

Os episódios protagonizados pela ONU, em Gaza, deveriam escandalizar qualquer pessoa sensata. Em duas escolas da ONU foram encontrados foguetes, lá depositados pelos grupos jihadhistas. Supõe-se que lá não chegaram caminhando sozinhos, mas contaram com uma explícita colaboração de funcionários da própria organização internacional. Trata-se de uma clara violação da lei internacional.

A ONU, curiosamente, não quis fornecer as fotos desses foguetes, pois elas teriam forte impacto midiático, mostrando o pouco caso do Hamas com as crianças e mulheres que diz, para a imprensa internacional, defender. Ou seja, a organização fez o jogo do terror, pretendendo, porém, apresentar-se como neutra. Ademais, posteriormente, entregou os mesmos foguetes para as “autoridades governamentais”, isto é, o próprio Hamas!

Nada muito diferente do que aconteceu na guerra passada. Durante semanas fomos bombardeados, com manchetes, de que uma sede da ONU teria sido bombardeada pelas Forças Armadas de Israel. Era uma mentira deslavada. A própria organização internacional demorou, no entanto, 30 dias para fazer o desmentido. Como assim? O desmentido apareceu um mês depois nas páginas internas de jornais, como uma pequena notícia irrelevante. O estrago midiático foi feito com a colaboração da própria ONU.

E quando digo que o Hamas não se preocupa com a vida de crianças, idosos e mulheres quando fala para a imprensa internacional, refiro-me apenas a um fato. Em seu estatuto, essa organização terrorista prega abertamente a “educação” das crianças para a “guerra santa”, inculcando em suas mentes que devem estar preparadas para o martírio.

Várias lideranças do Hamas também têm dito claramente que elas utilizam mulheres e crianças como “escudos humanos”, embora a sua apresentação seja, evidentemente, a do combate pelo Islã, onde vidas devem ser sacrificadas. Por que divulgação não é dada a este fato?

As Forças Armadas israelenses são cuidadosas do ponto de vista de preservação de vidas humanas. Telefonam e enviam mensagens às populações das áreas que serão bombardeadas. Ocorre que o Hamas impede que essas pessoas possam escapar, com o intuito de produzir o maior número de vítimas civis, que logo serão filmadas e fotografadas. São essas imagens que serão utilizadas para a formação da opinião pública mundial. É macabro!

O Terror se caracteriza por não ter nenhuma preocupação com a vida dos civis. Assim é com os mais de dois mil foguetes lançados contra o Estado de Israel. Assim é com os comandos que foram enviados para assassinar a população civil dos kibutzim próximos à fronteira. Assim é com os palestinos que se tornam reféns e vítimas dessa estratégia terrorista.

O Hamas se mistura com a população civil. Utiliza escolas, mesquitas, instalações da ONU e hospitais como esconderijos de armamentos e bases de seus ataques. Seus dirigentes máximos estão alojados em um bunker em um hospital na cidade de Gaza. Vivem também em seus túneis, que são inacessíveis para a população civil que, lá, poderia se proteger.

O Estatuto do Hamas é um claro libelo antissemita, que busca pura e simplesmente a destruição do Estado judeu: “Israel existirá e continuará existindo até que o Islã o faça desaparecer, como fez desaparecer a todos aqueles que existiram anteriormente a ele.”

O seu alvo são os judeus e os cristãos. Aliás, esses últimos já são as vítimas do terror por organizações jihadistas na Síria e no Iraque. Assim está escrito: “Fazei o bem e proibis o mal, e credes em Alá. Se somente os povos do Livro (isto é, judeus [e cristãos]) tivessem crido, teria sido melhor para eles. Alguns deles creem, mas a maioria deles é iníqua.”

Para eles, os judeus fazem parte de uma grande conspiração internacional, à qual terminam associando também os cristãos. Utilizam, para tal fim, um livro antissemita do século XIX, forjado pela polícia czarista, para justificar o massacre de judeus. Eis o Estatuto: “O plano deles está exposto nos Protocolos dos Sábios de Sião, e o comportamento deles no presente é a melhor prova daquilo que lá está dito.” Mais clareza impossível, porém alguns teimam em não ler. É a miopia ideológica.

Enganam-se redondamente os que dizem que o Hamas procura a negociação. Para eles: “Não há solução para o problema palestino a não ser pela jihad (guerra santa)”, isto é, o extermínio dos judeus.

Israel aceitou todas as propostas de cessar-fogo, relutando, mesmo, em empreender a invasão terrestre. O que fez o Hamas: não cessou o lançamento de foguetes e rompeu todas as tréguas. Aliás, foi coerente com os seus estatutos: “Iniciativas de paz, propostas e conferências internacionais são perda de tempo e uma farsa.”

Neste contexto, falar de “desproporcionalidade” na resposta militar israelense revela desconhecimento ou má-fé. O país não poderia continuar vivendo sob o fogo de foguetes, como se aos judeus estivesse destinado viver debaixo da terra, em abrigos subterrâneos. Aliás, essa é uma boa distinção entre Israel e o Hamas. Os abrigos são para os civis, enquanto em Gaza são para os terroristas.

Observe-se que todos os recursos do Hamas são canalizados para o treinamento militar, a construção de túneis (agora de ataque) e a compra de armamentos e foguetes. O resultado está aí: a miséria de sua população.

As manifestações pró-Hamas que tiveram lugar em Paris tiveram a “virtude” de mostrar sua natureza antissemita, onde se misturam declarações contra o capitalismo, morte aos judeus e ataque a sinagogas. Tiveram, por assim dizer, o “mérito” da coerência. Esse setor da esquerda se associa ao terror, expondo toda a sua podridão. Será que certos setores da esquerda brasileira estariam trilhando também esse caminho da ignomínia?






Denis Lerrer Rosenfield
(professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul)





Fonte: Jornal "O Globo"
www.oglobo.com.br

A PROPÓSITO DO "ANÃO DIPLOMÁTICO"

Israel colocou em perigo seus soldados, sacrificando alguns deles, no esforço de minorar ao máximo as vítimas civis do inimigo.

Assim que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil condenou energicamente Israel pelo “desproporcional uso de força na Faixa de Gaza” e convocou seu embaixador em Tel Aviv a retornar a Brasília para consultas, o governo israelense, por seu Ministério do Exterior, lamentou que o “Brasil, um gigante cultural e econômico, permaneça um anão diplomático”.

Realmente lamentável o comportamento do governo da sra. Dilma.

Gostaria que nosso chanceler explicasse como ele mede “proporcionalidade” no campo bélico. Saberia ele que se Israel enviasse o mesmo número de mísseis que o Hamas lançou sobre Israel nos últimos anos, Gaza estaria totalmente destruída?

Sabe ele os cuidados que Israel tomou na semana passada avisando centenas de milhares de palestinos para abandonarem suas residências, possibilitando com isso que o Hamas soubesse exatamente onde o Exército israelense se preparava para atacar e causando assim quedas que não ocorreriam se os ataques fossem realizados de surpresa? Ou seja, Israel colocou em perigo seus soldados, sacrificando alguns deles, no esforço de minorar ao máximo as vítimas civis do inimigo.

Têm Sua Excelência e a presidente que ele serve a menor noção da barbárie dos dirigentes de Hamas forçando seu povo a permanecer em casa, enviando mísseis de hospitais e de áreas residenciais, para conseguir que a reação defensiva israelense cause vítimas civis entre o povo palestino?

Aliás, conhece o ministro alguma guerra que não causou vítimas civis? E que sempre houve desproporcionalidade entre o número de vítimas das partes envolvidas no conflito?

Não compreende o chefe do Itamaraty que em Israel praticamente não caem vítimas civis porque o Estado protege seus cidadãos, com o mais sofisticado sistema de alarme e refúgio?

Não está evidente aos olhos do governo brasileiro que esta, como as anteriores guerras entre Israel e Hamas, foi provocada pelos terroristas fanáticos que governam a Faixa de Gaza como déspotas medievais?

Fez o chanceler a mais elementar pesquisa para se assenhorar do que diz a Constituição do Hamas sobre seu desiderato de destruir Israel e eliminar toda a sua população?

A equipe do Ministério de Relações Exteriores se assenhorou dos longos e sofisticados túneis pelos quais os bárbaros se preparavam para atacar covardemente a população civil do Sul de Israel? Qual o nível do sistema de informação de que dispõe nossa chancelaria?

E tem o governo brasileiro uma equipe jurídica sofisticada que poderia adverti-lo de que condenar Israel por sua defesa contra o terrorismo pode perfeitamente constituir cumplicidade com os terroristas e as atrocidades que praticam? Aliás, o mesmo se aplica aos governos dos países da União Europeia. Será que isso traz conforto ao governo brasileiro?

E o povo brasileiro, os intelectuais, os estudantes universitários, os jornalistas, saberão aquilatar o fenômeno psíquico que reside atrás desta discriminação contra Israel?

Quanto mais o Estado de Israel progride em alta tecnologia, no avanço de sua medicina, de sua ciência; quanto mais Israel comparece para ajudar populações vitimadas por desastres naturais; quanto mais Israel contribui para minorar o sofrimento de certas populações africanas via todo tipo de assistência, quanto mais os judeus concentrados em Israel lutam por uma paz séria e duradoura com seus vizinhos — apresentando propostas irrecusáveis — sempre ignoradas pelos árabes, que por sua vez nunca oferecem contrapropostas; quanto mais Israel se revela um pais com o mais alto nível de democracia; quanto mais a Suprema Corte israelense atende a reclamações de palestinos; enfim, quanto mais Israel se destaca no plano intelectual, moral e jurídico, mais é vitimado pela hipocrisia das potências democráticas que, em vez de apoiar o Estado Judeu, lançam-se contra ele com mentiras, cinismo e má-fé.

Qual a razão mais profunda desta injustiça gritante e vergonhosa? Ninguém desconfia?

Que cada um examine sua alma, sua história familiar, sua educação, sua visão do mundo e responda honestamente por que a demonização do Estado Judeu, por que a campanha injusta, cruel e perversa contra o Estado construído pelos sobreviventes do Holocausto?





Jacob Dolinger 
(professor de Direito Internacional)





Fonte: Jornal "O Globo"
www.oglobo.com.br

terça-feira, 15 de julho de 2014

FATOS JOGADOS PARA DEBAIXO DO TAPETE 1 (A LENDA DA DEMOCRACIA)

O Exército põe o dedo numa ferida que boa parte da esquerda sempre jogou debaixo do tapete: todos os grupos que participaram da luta armada queriam derrubar a ditadura militar para instalar uma ditadura de viés comunista ou socialista. Ninguém pensava em reconduzir ao poder o presidente deposto, João Goulart. Mas a esquerda acabou criando a lenda de que todos os grupos buscavam a democracia. 

Outra questão é o envolvimento – pequeno, mas verdadeiro – de guerrilheiros de esquerda com o terrorismo, ou seja, com ações contra a população, e não apenas o inimigo militar. 

Por fim, estão relatados casos em que militantes de esquerda foram assassinados por seus próprios companheiros, como Márcio Leite de Toledo e Carlos Alberto Maciel Cardoso, ambos da ALN (Aliança Libertadora Nacional), e Francisco Jacques Moreira de Alvarenga, da RAN (Resistência Armada Nacional). 

O justiçamento de companheiros de luta, praticado por alguns grupos, ainda hoje é um tabu para a esquerda. 





Fonte: Helio Rosa, citando parte da entrevista do jornalista Lucas de Figueiredo http://www.wirelessbrasil.org/bloco_cidadania/secoes/orvil.html)

LINUX - CANONICAL E UBUNTU AJUDAM MUNIQUE A ECONOMIZAR MILHÕES EM PRODUTOS MICROSOFT

Talvez seja um pouco espantoso para muitos ou até mesmo alguns já esperavam, os Governos estão migrando para o mundo "Open Source" e, pelo visto, em breve teremos a Microsoft não tão contente e realizada com o que se chamava de "sistema inofensivo de código aberto". Realmente o Linux é inofensivo em relação ao mercado, aos lucros. O Linux não é uma instituição que visa lucros e por isso é um peso, desde de 2012, nas pernas das empresas que querem encher cofres e aumentar lucros. 

A cidade de Munique tornou-se um dos mais proeminentes exemplos de uma administração de cidade que mudou de produtos da Microsoft para "Open Source", e parece que a Canonical e o Ubuntu (um dos sistemas operacionais Linux) foram uma parte instrumental dessa mudança. 

A cidade de Munique conseguiu livrar-se da dependência da Microsoft, mas deu trabalho. Os benefícios da mudança de produtos da Microsoft para o "código aberto" ("open source") podem parecer caro, mas os custos são significativamente mais baixos do que uma atualização, e ele irá provar ser muito mais barato no futuro. 

Mover-se de uma "solução proprietária" para uma "fonte aberta" não é tão simples quando você tem uma cidade do tamanho de Munique. Possui 22 unidades organizacionais e cada uma dessas unidades tem o seu próprio departamento de TI, para não mencionar as diferentes versões dos aplicativos. 

As autoridades locais não poderia simplesmente adotar uma distribuição Linux. A primeira tentativa foi feita com o Debian, em 2006, mas o Debian não tinha uma agenda de lançamentos previsível. É assim que o novo LiMux nasceu, um sistema operacional baseado no Ubuntu, e tudo mudou. 

Este enorme projeto ajudou Munique economizar €10 milhões (13,6 milhões dólares) em 2013, isto se levarmos em consideração apenas os custos de atualização. Esse montante pode ser muito maior se pudéssemos quantificar o suporte oficial para o software e outros custos que sempre aparecem nas letras pequenas. Nós brasileiros sabemos que "as letras grandes dão e as pequenas tiram", não é? 

Agora, em Munique, há 14.000 PCs que estão executando o sistema operacional LiMux e esse número continua a aumentar. É muito provável que outras cidades alemãs irão fazer o mesmo, especialmente os vizinhos de Munique.

Munique demorou 13 anos para terminar a transição, mas no final eles conseguiram salvar um monte de dinheiro e provar que o Linux é realmente uma solução muito boa e gratuita para a infra-estrutura de TI de uma cidade inteira.





Emanuel Negromonte





Fonte do Texto e da Gravura: 
Portal Comunitário Sempre Update
http://www.sempreupdate.com.br/

sexta-feira, 16 de maio de 2014

ISAAC ABRAVANEL (1437 - 1508)

Don Isaac Abravanel foi um dos maiores estadistas judeus e desempenhou um papel importante na história europeia. Ao mesmo tempo, não foi apenas um judeu leal e estritamente religioso, mas um notável erudito, comentarista bíblico e filósofo. Foi o último de uma longa linhagem de grandes líderes e heróis judeus da Idade de Ouro na Espanha.

Isaac nasceu numa família rica e instruída em Portugal. Seu pai, Judah, era tesoureiro de Estado de Portugal, e grande favorito do Rei Alfonso V. Isaac recebeu uma completa educação judaica, e demonstrou interesse por idiomas e filosofia. Mais tarde sucedeu ao pai no serviço ao rei.

Em sua grandeza, Isaac jamais se esqueceu de seus irmãos humildes. Usava sua grande fortuna para apoiar os necessitados. Assim, quando Alfonso capturou a cidade de Arzilla no Marrocos, e Isaac viu que havia duzentos e cinquenta judeus entre os prisioneiros, designou doze representantes para angariar fundos e resgatá-los, e ele próprio foi um grande doador.

Quando foram libertados, Isaac os sustentou com seus próprios meios durante cerca de dois anos, até que aprendessem o idioma do país e pudessem ganhar o próprio sustento. Abravanel também usou sua grande influência para melhorar a situação dos seus irmãos em outros países.

Quando Alfonso V morreu, e João II o sucedeu no trono de Portugal, a sorte de Abravanel mudou. Em 5243, o Rei João II deu início a uma política que visava a livrar-se dos nobres, especialmente os ministros de Estado que tinham servido ao seu pai. Abravanel soube a tempo que o rei mandara decapitar os funcionários mais graduados, e que ele estava na lista dos que teriam o mesmo destino. Estava a caminho para responder ao chamado do rei, mas quando soube aquilo que o aguardava, Abravanel fugiu para Toledo, na Espanha, onde sua família vivera em outros tempos. Acompanhado pela esposa e dois filhos, Abravanel chegou a Toledo quase sem dinheiro, pois o ingrato rei tinha confiscado toda sua fortuna.

Abravanel conseguiu um emprego numa empresa bancária judaica e ficou contente por sobrar-lhe tempo para estudar e cuidar da sua obra literária. Continuou seus comentários sobre a Torá que fora forçado a interromper devido à pressão dos assuntos de Estado. Escreveu comentários sobre Yehoshua, Shofetim e Shemuel, mas quando começou os comentários sobre o Livro dos Reis, o Rei da Espanha convocou-o para tomar conta do tesouro de Estado. Fernando e Isabel de Espanha sabiam que não conseguiriam encontrar um gênio financeiro mais capacitado que ele, e no mesmo ano em que o famoso Torquemada se tornou chefe da Inquisição na Espanha, Abravanel se tornava oficialmente tesoureiro dos reis (dois anos antes da expulsão dos judeus da Espanha).

Quando foi divulgado o terrível decreto da expulsão de todos os judeus da Espanha, exceto aqueles que desistissem de sua fé, Abravanel tentou evitar a catástrofe. Implorou aos reis que reconsiderassem aquela cruel decisão e ofereceu uma grande soma para o tesouro real. O rei e a rainha não lhe deram ouvidos e rejeitaram suas ofertas de dinheiro.

Em 9 de Av de 5252 (1492), Abravanel e sua família se puseram em marcha com o restante de seus correligionários. Ele abriu mão de seu cargo importante e juntou-se aos seus irmãos no exílio e sofrimento. Os refugiados finalmente chegaram a Nápoles, na Itália. Quando Fernando soube que os judeus tinham encontrado um porto seguro em Nápoles, pediu ao Rei de Nápoles (também Fernando) que não desse permissão aos refugiados de permanecer em seu país. O jovem Rei de Nápoles, porém, ignorou os protestos e exigências dos cruéis governantes da Espanha. Além disso, convidou Abravanel ao palácio real e o nomeou seu conselheiro.

Abravanel serviu a ele e ao seu filho Alfonso II, quando este subiu ao trono em 1494. Infelizmente, Nápoles foi capturada pelo Rei Carlos da França no ano seguinte, e o Rei Alfonso fugiu para a Sicília. Abravanel acompanhou Sua Majestade ao exílio e continuou a servi-lo fielmente, com devoção paternal, até que o rei exilado morreu. Então Abravanel partiu para a Ilha de Corfu, no Mediterrâneo.

Tendo perdido toda a sua fortuna para os conquistadores franceses, Abravanel passou por pobreza e provações. Mudou-se para Monopoli no Norte da África e, 8 anos depois, finalmente estabeleceu-se em Veneza. Não demorou muito e os governantes de Veneza convidaram-no para o Conselho de Estado, e Abravanel tornou-se um dos estadistas mais importantes da República Veneziana. Abravanel faleceu em Veneza em 5629, aos 71 anos, profundamente pranteado pelos cidadãos judeus e não-judeus do local. Os governantes de Veneza compareceram ao seu funeral, e foi enterrado em Pádua.





Nissan Mindel







Fonte do Texto e da Gravura:
PT.CHABAD.ORG - Revista Semanal
Chabad.org é uma divisão do Chabad-Lubavitch Media Center
Sob os auspícios da Sede Mundial de Lubavitch
http://www.pt.chabad.org/

segunda-feira, 12 de maio de 2014

POVOADO ESPANHOL "MATAJUDEUS" QUER MUDAR SEU NOME (CASTRILLO MATAJUDÍOS)

“Castrillo Matajudíos” é um pequeno vilarejo na comunidade autônoma espanhola de Castela e Leão, no noroeste do país, que ficou famosa mundialmente por seu nome politicamente incorreto. Seus 56 habitantes agora decidiram votar se mantêm o polêmico nome ou se o trocam por algo menos agressivo. 

Dois nomes estão sendo debatidos: Castrillo Mota de Judíos ou Castrillo Motajudíos, que significa “colina de judeus”. O prefeito Lorenzo Rodríguez Pérez revelou que o vilarejo recebe várias cartas exigindo que o nome da localidade seja alterado. “O nome pode ser considerado uma ofensa por muitos. Os moradores preferem dizer que são de Castrillo, para evitar polêmicas”. 

Não se sabe ao certo como esse título surgiu. O historiador Rodrigo de Sáez explica: “O termo original era Mota Judíos mas, entre os historiadores, não existe consenso se a mudança para Matajudíos foi provocada por um conflito real com os judeus ou se foi uma deformação provocada pelo antissemitismo que reinava na Espanha nos tempos da Inquisição, durante os séculos XV e XVI”. 

A primeira referência encontrada em registros ao termo “Matajudíos” é de 1627. O prefeito diz que seus ancestrais no vilarejo são inocentes das acusações de terem matado judeus. “Foram os de Castrojeriz, um povoado perto daqui, que em 1035 acabou com os judeus, matando algo como 60 judeus e realocando os demais para uma colina próxima a Castrillo”. De acordo com esta versão, foi nesta época que se começou a chamar o novo povoado de Castrillo Mota de Judíos, em referência à colina, que fica no caminho dos peregrinos de Santiago de Compostela.




Fonte do Texto e da Gravura: 
Informativo "ALEF News/Israel e o mundo judaico"
Ano 19 - Edição 1.899 - 12 de maio de 2014
Direção: Mauro Wainstock e Tania W. Benchimol
http://www.alefnews.com.br/

quarta-feira, 9 de abril de 2014

ARQUEÓLOGOS ENCONTRAM CIDADE ONDE SALOMÃO FOI UNGIDO REI DE ISRAEL



Um grupo de arqueólogos revelou o descobrimento da chamada “Cidade da Primavera”. Segundo os estudiosos, o local é descrito no livro bíblico “Reis” como sendo o lugar onde Salomão foi ungido pelo sacerdote Zadoque como rei, por ordem de Davi, seu pai. A “Cidade da Primavera”, que deve ter pelo menos 3.800 anos, foi construída para guardar e proteger a água de inimigos e, na opinião dos especialistas, seria a maior fortaleza que existiu antes do reinado de Herodes. Considerada uma das pesquisas arqueológicas mais complexas já realizadas em Israel, a escavação levou 15 anos de trabalho.


Fonte: Informativo "ALEF News/Israel e o mundo judaico"
Ano 19 - Edição 1.889 - 09 de abril de 2014
http://www.alefnews.com.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/vectors/salom%c3%a3o-sabedoria-linha-arte-b%c3%adblia-5237850/

sexta-feira, 4 de abril de 2014

A HISTÓRIA JUDAICA DE PORTUGAL

Com a conquista da Lusitânia pelo Império Romano e a posterior destruição de Jerusalém em 70 d.C., que obrigou os judeus a se dispersarem pelo mundo ("Diáspora judaica"), fez com que um grande contingente de hebreus buscassem um novo lar na Península Ibérica (ou para ali fossem deportados, como ocorreu no tempo do imperador Adriano). Embora não se saiba exatamente quando se iniciou tal movimento migratório, a presença de judeus no território que futuramente constituiria Portugal pode ser comprovada a partir do século VI d.C., pela descoberta de inscrições funerárias na freguesia de Lagos da Beira.




Fonte: http://youtu.be/KMhNlt_SLoU

Publicado no Youtube por:

Silvio Olyver סילביו אוליביירה

https://www.youtube.com/user/silvioolyver