segunda-feira, 1 de março de 2021

A SACRAMENTAÇÃO DO PROCESSO PEDAGÓGICO


“A pedagogia deve ser uma arte. Em cada criança reside um centro do universo, um centro do macrocosmo. A sala de aula é o ponto central, formando mesmo vários pontos centrais para o macrocosmo.“ (Rudolf Steiner)


É necessário que o professor […] esteja em condições de entender os fatos culturais a partir dos fundamentos. Seu modo de ver a figura humana será diferente de quando ele vê no ser humano apenas um animalzinho, um corpo animal um pouco melhor desenvolvido.

Hoje, no fundo, o professor – entregando-se por vezes a ilusões em seu escritório – encara seu semelhante com a clara consciência de que o ser humano em crescimento é um pequeno animalzinho, que ele precisa desenvolver um pouco mais do que a natureza já desenvolveu.

Ele sentir-se-á diferente se disser: “Eis um ser humano do qual emanam relações para com todo o universo, e em cada criança individual tenho – caso eu trabalhe para isso, faça algum esforço – algo significativo para o universo inteiro. Estamos na sala de aula: em cada criança reside um centro do universo, um centro do macrocosmo. Esta sala de aula é o ponto central, formando mesmo vários pontos centrais para o macrocosmo.”

Imaginem o que significa isso se sentido vividamente! Como a ideia do universo e sua relação com o ser humano transforma-se num sentimento que santifica cada uma das medidas pedagógicas! Sem possuir tais sentimentos sobre o ser humano e o universo não chegamos a ensinar séria e corretamente.

No momento em que temos tais sentimentos, estes se transferem às crianças por meio de ligações subjacentes. […] A pedagogia não pode ser uma ciência; deve ser uma arte. E onde existe uma arte que se possa aprender sem viver constantemente em sentimentos? No entanto, os sentimentos nos quais é preciso viver para exercer aquela grande arte da vida que é a pedagogia, esses sentimentos que é preciso ter com vistas à pedagogia, só se acendem pela observação do macrocosmo e sua relação com o ser humano.


Rudolf Steiner



Fonte do texto e da Gravura: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/forum/posts/